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Programa HumanizAção proporciona reabilitação a mais um jovem ex-dependente químico e em situação de rua – Agência de Notícias



10 de abril de 2024

17:41

Por: Rose Campos

Fotos: Rose Campos

L. C. tem 23 anos e pode dizer que sua vida deu uma guinada a partir do momento em que encontrou, em uma praça de Sorocaba, uma equipe do programa “HumanizAção”. Isso aconteceu há cerca de 10 meses, quando ele ainda vivia em situação de rua, perambulando pelas ruas da cidade. Não tinha, naquele momento, abrigo fixo para ficar e, a cada dia, não sabia se conseguiria almoçar ou jantar. Porém, o principal problema dele era seu envolvimento com as drogas. Na época, estava dependente do crack, que o consumia a olhos vistos e motivara o seu afastamento da família.

Atualmente, quem o vê e conversa com ele, muito provavelmente não consegue suspeitar da situação anterior. Como a maioria dos rapazes da sua idade, estuda, pratica atividades esportivas, tem os momentos de dedicar-se à religiosidade e também à família. O que o fez mudar tanto ao longo desse período? Segundo ele próprio conta, foi a ajuda que, finalmente, resolveu aceitar, por parte da equipe do HumanizAção. Foi a partir daí que aconteceu seu acolhimento no Serviço de Obras Sociais (SOS) e, posteriormente, o processo de reabilitação no Grupo de Combate a Droga e Álcool Santo Antônio (Grasa), ambas entidades parceiras da Prefeitura nesse programa social.

Para L. C., sua história com a dependência química iniciou a partir dos 15 anos, quando, por curiosidade, teve seus primeiros contatos com as drogas. Experimentou e começou a consumir maconha, passou ao álcool, cigarros comuns e, tempo depois, cocaína. Mas tudo piorou ainda mais no momento em que conheceu o crack.

“No começo, a gente não se considera viciado. As situações em que eu utilizava essas substâncias eram as mais sociais, em rodas de amigos, com os grupos que frequentavam as praças do bairro. Geralmente, quem entra no mundo das drogas o faz por curiosidade. Mas, uma coisa que nem todos falam é que também isso costuma estar associado a algum problema psicológico, a alguma falta, ou seja, é algo emocional”, considera o jovem. “Eu, assim como a maioria, também tinha esse problema, essa tristeza”, continua.

Outro aspecto importante que ele percebeu, é o fato de o consumo de droga comumente estar relacionado a “gatilhos” sociais, como o convívio com determinadas pessoas, em lugares específicos, que propiciam ou estimulam o uso das substâncias. “Quando percebi que até para conversar com as pessoas eu precisava estar drogado, foi quando descobri que estava viciado. Até então, não achava que o consumo de substâncias me atrapalhava de alguma forma.”

No seu caso, especificamente, ele também procurou esconder da família. “Não sei se eles não percebiam mesmo ou se tinham medo de perguntar e precisar lidar com a resposta”, comenta. Houve um momento em que L.C., que já havia morado nas ruas por algum tempo, após ter saído de casa, conseguiu alugar um quartinho. E relembra o dia em que estava com o valor do aluguel na mão, era uma sexta-feira, e teria que pagar no dia seguinte. Mas resolveu comprar uma pedra de crack, depois outra, até perceber que havia gasto todo o dinheiro do aluguel com as pedras. “Naquele dia, tentei tirar minha vida. Só que alguma coisa falou dentro de mim: se não morrer depois de consumir a última pedra, vou procurar ajuda para me internar.” Pouco tempo depois, por coincidência, quando havia retornado à vida nas ruas, acabou abordado por uma das equipes do HumanizAção, em uma praça onde ele se abrigava. De maneira inesperada, essa foi a oportunidade de mudança que ele buscava.

“Sei que ainda faz poucos meses e que a dependência química é uma doença crônica. Mas tenho usado o lema abordado na reabilitação: é só por hoje. Se eu conseguir ficar bem hoje, é o que importa. Amanhã, a gente começa essa luta de novo”.

Diante de situações com a desse rapaz, a população pode sempre ajudar, informando os locais da cidade onde haja pessoas em situação de rua necessitando de cuidados e acolhimento, assim como doando roupas, cobertores e alimentos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp: (15) 99666-2636, acessível durante 24h por dia, ou pelos telefones: (15) 3229-0777, do SOS; (15) 3212-6900, da Secretaria da Cidadania e 153, da GCM.

 

 

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