A data FIFA é um dos momentos mais controversos do futebol brasileiro já há algum tempo. Apesar das “tentativas” da CBF de criar soluções, o tema ainda desperta muitos debates, alguns times são claramente prejudicados e precisam lidar com o problema de terem desfalques importantes em momentos decisivos dos principais campeonatos da temporada.
Esse desfalque acontecia porque os torneios não eram interrompidos, ou seja, se um atleta fosse convocado para alguma seleção durante a data FIFA, não havia praticamente nenhuma possibilidade da sua equipe contar com ele durante aquele período.
É claro que o futebol, sendo um esporte de grande popularidade, cria também uma pressão para que os jogos ocorram com os times dispondo de força máxima nos jogos.
Na realidade, para se ter uma ideia de como os jogos de futebol são populares, mercados voltados ao futebol conseguem atrair uma quantidade enorme de pessoas. Todos os dias, plataformas como as apostas online netbet brasil, recebem milhares de acessos de torcedores que fazem palpites nos jogos do futebol brasileiro.
Por isso, é necessário uma solução para os problemas de calendário. A solução encontrada pela CBF para esse ano, foi óbvia: interromper o campeonato durante o período dos jogos da seleção. Entretanto, isso não foi suficiente. Na maioria dos casos, os jogadores sequer tiveram tempo de descansar adequadamente entre uma partida e outra.
Se formos levar em consideração as viagens e o desgaste acumulado dos treinos, é praticamente impossível que um atleta consiga desempenhar em alto nível na volta da tal data FIFA, até porque, para esses jogadores não há pausa, eles seguem um cronograma desgastante com suas respectivas seleções e os mais prejudicados são os clubes, que não conseguem contar 100% com seus melhores jogadores.
Por que as pausas prejudicam tanto?
Em um calendário tão apertado quanto o do futebol brasileiro, qualquer alteração mínima já teria potencial para causar um estrago enorme. Não há qualquer tipo de margem para pausas muito longas, ainda que elas sejam necessárias para preservar a qualidade dos campeonatos e a longevidade dos jogadores.
Ao olharmos o exemplo do Palmeiras – um dos principais clubes do Brasil – podemos perceber claramente os efeitos dessas pausas na qualidade do jogo da equipe. O time de Abel Ferreira contou com pelo menos quatro contribuições para as seleções ao longo desse ano, as mais frequentes foram de: Raphael Veiga (Brasil), Richard Ríos (Colômbia), Gustavo Gómez (Paraguai) e Piquerez (Uruguai).
Em dois momentos distintos na temporada, o Palmeiras – vindo da pausa pós data FIFA – não conseguiu jogar bem. Em abril, o time perdeu uma invencibilidade de 15 partidas ao sofrer um revés contra o Água Santa por 2×1 na primeira partida da final do Paulistão. Já em junho, durante o Brasileirão, o Verdão perdeu para o Bahia por 1×0. Nas pausas subsequentes, o aproveitamento do Palmeiras não foi bom, o que é uma discrepância considerável se analisarmos o desempenho padrão do time em outros momentos da temporada.
Isso ocorre porque, apesar da pausa permitir com que o técnico faça ajustes no time, o fato de não contar com jogadores importantes nos treinos acaba prejudicando a forma com que as equipes jogam. O exemplo do Palmeiras mostra que nem os melhores times do campeonatos estão imunes a esse problema causado pela falta de organização do futebol brasileiro.
Existe alguma perspectiva de mudança?
Dentro de um prazo mais curto, não é nem possível imaginar uma solução prática para esse problema. Como dito anteriormente, o calendário é muito apertado, sobretudo por conta dos estaduais que ocupam toda a parte inicial da temporada.
Somada a essa questão está o fato de que a CBF não demonstra muito interesse em fazer mudanças efetivas no calendário, pelo contrário, a entidade chegou a comemorar os “ajustes” feitos para esse ano de 2023, mas o resultado não foi satisfatório. Muitos jogos adiados, equipes prejudicadas e uma grande confusão no calendário do futebol.
Infelizmente, a tendência é que as coisas sigam essa linha até que a CBF pare de jogar a sujeira pra debaixo do tapete e resolva fazer mudanças substanciais no calendário. Até lá, ainda iremos ver clubes prejudicados e gente reclamando – com razão – do descaso da entidade para com seu principal produto.
