Perequê-Açu será alvo da próxima ação que acontece neste sábado, 2 de março
O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira, 28, que o Brasil está próximo a atingir 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2024. Em Ubatuba, até 26 de fevereiro, data do último boletim, são 749 casos confirmados e 1016 aguardando resultados de exames.
Diante do aumento expressivo no número de casos do vírus e na busca de conter esse avanço, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do setor de Endemias, realiza mutirões para eliminar os criadouros do mosquito, que são a principal ameaça à população. O próximo acontece no sábado, 2, no Perequê-Açu, das 9h às 14h.
Estatística
No último sábado, bairros da região central e a Ressaca receberam a ação, que conseguiu visitar mais de 1500 residências. Já na semana anterior, na Estufa I e II, foram 1.240 imóveis, totalizando cerca de três mil vistorias.
“Nossa maior dificuldade é quando encontramos algum imóvel fechado ou em que há recusa dos moradores. No último mutirão, ficamos com 752 locais pendentes. Esse é um momento em que todos devem contribuir e a população precisa fazer a parte dela”, solicitou o coordenador de Endemias, Jorge Dantas.
“Ontem, 28, estivemos em uma reunião regional com representantes do governo estadual e 80% dos criadouros estão dentro de imóveis, por isso precisamos dessa força tarefa para eliminar os criadouros. Com toda a dificuldade, estamos trabalhando para fazer a nossa parte e mitigar os impactos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti”, complementou o diretor da Vigilância em Saúde, Neilton Nogueira
Recomendações
A Secretaria Municipal de Saúde pede para que os moradores mantenham a limpeza de calhas, lajes, pratos de vasos de plantas, bebedouros de animais, bandejas de geladeira, baldes e regadores. É importante eliminar ainda latas, pneus velhos, frascos plásticos, entre outros objetos que possam acumular água.
“O mosquito gosta de água limpa e parada. Além disso, o calor acelera o desenvolvimento das larvas proliferando mais mosquitos em menos tempo”, acrescentou Nogueira.
Alerta
A situação é alarmante porque o pico da dengue ainda não chegou. Geralmente, os piores meses são de março a maio, com destaque para abril. Segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Fabio Baccheretti, o comportamento tradicional da população é o relaxamento.
“Até um ou dois meses atrás, as pessoas negligenciavam o problema do Aedes aegypti. Agora que a dengue explodiu e talvez tenhamos o pior ano em número de casos na nossa história, vemos todo mundo preocupado e correndo atrás de água parada dentro de casa. Com as vacinas, o comportamento é parecido. Quando as pessoas pararam de ver a paralisia infantil, por exemplo, relaxaram na vacinação das crianças, que chegou a níveis muito baixos nos últimos anos”, comentou.
O profissional ainda destacou que para melhora na situação, o envolvimento da população em geral é indispensável. “Mesmo que uma pessoa faça o dever de casa e elimine os criadouros, ela ainda poderá pegar dengue, porque o mosquito consegue voar por cerca de um quarteirão. A negligência de uma pessoa pode afetar todas as que estão ao redor. É preciso que o pensamento seja coletivo”, finalizou.