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Governo de SP entrega medalha Cruz de Sangue em memória de policiais mortos em serviço





A honraria foi concedida a familiares de 90 policiais militares; solenidade aconteceu na sede do Comando Geral da Polícia Militar



Entre os familiares agraciados, estava a sargento Tatiana Assis dos Santos, que ostentava no peito a medalha em homenagem ao marido

A entrega da medalha “Cruz de Sangue” em grau de ouro, concedida a familiares de 90 policiais militares que morreram nos últimos anos enquanto trabalhavam para garantir a proteção de cidadãos, causou comoção no centro da capital na terça-feira (7). A honraria foi entregue por autoridades presentes na solenidade, que aconteceu na sede do Comando Geral da Polícia Militar, na praça coronel Fernando Prestes.

“Eu tenho amigos que faleceram no cumprimento das suas missões. Esse juramento que todos os senhores fizeram, eu também fiz e ele continua vivo. Os familiares presentes aqui são uma grande inspiração para mim, em especial para que eu siga lutando também pela memória de todos os nossos heróis, que nunca serão esquecidos, enquanto instituição e amigos”, disse Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública.

Entre os familiares agraciados estava a sargento Tatiana Assis dos Santos, que ostentava no peito a medalha em homenagem ao marido, o subtenente Amorim, vítima de Covid-19 em 2020. Ele atuava no Batalhão de Ações Especiais (BAEP), na região do ABC Paulista. “É o reconhecimento de um trabalho”, admitiu a policial.

“Apesar de ser uma lembrança pelo serviço prestado por ele, é muito triste. Era um policial atuante e sempre se dedicou a ajudar o próximo”, contou sobre o marido, com quem foi casada por 11 anos e teve duas filhas, hoje com 6 e 4 anos.

Os filhos e a mãe do sargento Inaldo de Farias também receberam uma homenagem pela atuação do policial. “Fico muito grato de receber essa medalha para eu conseguir ver um pouco do que meu pai representou para a Polícia Militar, uma instituição que ele permaneceu e dedicou a vida por mais de vinte anos”, disse André Vitor de Farias, de 19 anos.

Atualmente no 2º Batalhão da Polícia do Exército, cumprindo serviço obrigatório, André tem o sonho de ingressar na PM. “Será a continuidade do legado”, afirmou logo após a cerimônia.

Também vítima de Covid-19, o sargento trabalhou boa parte da vida em um posto policial em Aldeia da Serra, no município de Barueri. “A população até hoje se lembra do empenho do Inaldo em ajudar os moradores da região”, lembrou o capitão Marcelo Adriano Brandão, comandante da 5º Companhia da do 20º Batalhão da Polícia Militar.

Assim como os sargentos, os demais homenageados também foram lembrados durante o discurso do comandante-geral da PM, coronel Cássio de Freitas, que ressaltou a grandiosidade e a importância deles para a instituição e vida das pessoas.

“A PM, instituição quase bicentenária, se mantém forte até hoje graças aos homens e mulheres que escolheram servir e proteger aqueles que mais precisam e que, muitas vezes, têm que abrir mão das providências familiares. Saibam que pode ter sido esse momento de ausência em casa que tornou se tornou a esperança de um desconhecido. Nossos heróis não serão esquecidos, estarão para sempre em nossos corações e em nossos pensamentos”, disse.

Medalha “Cruz de Sangue”

A medalha “Cruz de Sangue” é concedida a policiais militares que, por injusta agressão física ou na prática de ação meritória, se feriram ou morreram. Ela possui três graus: ouro, prata e bronze.

Enquanto a de ouro é para PMs que morreram, a prata é entregue para policiais que ficaram temporariamente inativos e a de bronze para militares inativos definitivamente.

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